quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Editorial

A hora de dançarmos juntos

O arranque de um ano letivo num agrupamento da nossa dimensão caracteriza-se pela necessidade de uma organização exigente e complexa. Desta dependem a estabilidade do corpo docente, o bem-estar dos alunos, a satisfação dos pais e o equilíbrio da comunidade escolar. Trata-se de um período de grande desgaste para a direção que após uns diminutos dias de férias faz o planeamento do ano, organiza turmas, distribui o serviço docente e não docente, verifica a manutenção e segurança dos edifícios, atende e recebe diariamente dezenas de pais e elabora os horários para os cerca de 2700 alunos e 260 professores que integram o nosso agrupamento. O órgão de gestão, naturalmente, deposita confiança máxima nos coordenadores de estabelecimento, nos coordenadores das estruturas intermédias de gestão e nos técnicos administrativos e operacionais para providenciarem no sentido de que o barco, digo, navio, entre em velocidade de cruzeiro.
Em tudo o que fazemos, a organização é fundamental. Dos alunos esperava-se que, com a ajuda do horário escolar e de um calendário, fizessem uma planificação de todo o ano também. Para além da referida planificação é necessário preparar as sessões de estudo diárias, rever os apontamentos, estudar e preparar as aulas do dia seguinte. O aluno que vai para a escola para passar o seu tempo, que sente a vida escolar como penitência e o passaporte para a obtenção do rendimento mínimo, dificilmente alcançará bons resultados. Se, a tudo isto, juntarmos uma quase ausência de métodos e técnicas de estudo, pouco descanso e uma alimentação desequilibrada está criado o ambiente favorável para o insucesso escolar. É essencial para o aluno traçar metas a curto, médio e longo prazo, perceber quais as suas capacidades, os seus interesses, o que quer para o seu futuro, sonhar e empenhar-se na sua concretização. Criar condições para dar corpo a esses sonhos é tarefa conjunta da escola, da família e do aluno, com muito trabalho e esforço, só é possível com o cumprimento das regras básicas de respeito e boa educação, onde todos têm direitos porque também têm obrigações! É fundamental que o aluno vá motivado para a sala de aula para aprender, evitando uma atitude passiva ou reativa. Os resultados virão com trabalho e necessariamente com uma postura ativa e crítica, seguindo as explicações do professor, tomando notas, fazendo esquemas e colocando questões pertinentes. No final de cada dia é preciso reler os apontamentos, completá-los com o manual escolar, ou outras fontes e fazer exercícios. Se surgir alguma dúvida, o aluno deve anotá-la e procurar esclarecê-la na aula seguinte.
A luta pela redução do insucesso escolar, o aumento da literacia dos alunos, a integração e a inclusão estão na base das novas dinâmicas de avaliação do agrupamento e das diversas acções do plano de atividades do nosso TEIP que foi também reajustado a várias mãos e com os generosos contributos de muitos professores.
Se os alunos estudarem, se os pais educarem, se as famílias se apoiarem, se os educadores e professores formarem para a vida, se cada um fizer o seu papel, podemos afirmar que o futuro começa aqui. E o futuro será essa confluência de interesses a negociar, onde todos ganham desde que por ele façam o seu melhor e busquem o mais justo e o mais verdadeiro. Ainda aqui, uma sabedoria americana, a dos Quíchuas, que nos poderá guiar ao longo deste percurso: “A hora virá de nos alegrarmos / juntos dançando sob a lua cheia. / Haveremos de cantar a canção mais doce. / A hora virá de dançarmos juntos […] / Sob estrela de ouro, sobre chão de flor.”
Conscientes de que é possível mais e melhor se remarmos para o mesmo lado, acreditamos que o ano de 2011 será o que nós quisermos e vai ser, de certeza, cheio de sonhos e de esperança renovada.
Festas felizes para todos vós!

Amândio, Carlos Miguel, Cristina, Filomena, Olinda.


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